Dai em diante, SamPaulo voltou muitas vezes à São Luiz para o lançamento de seus livros na tradicional Feira do Livro da cidade.
Em 1994, quando foi considerado hóspede oficial do Município:
* coluna de Newton Alvim
Em 1995, quando o historiador José Gomes, seu tio, foi o Patrono da Feira:
*coluna de Newton Alvim:
E foi neste ano, que Sávio Moura (grande cartunista sãoluizense que se tornou amigo de SamPaulo) fez uma charge para homenageá-lo:
Esta foi a "charge-resposta" a que se refere Alvim em sua coluna.
Mais tarde, foi publicada no primeiro livro do cartunista, "Humor à primeira vista", que ele dedica a SamPaulo.
Em 2007 e em 2009, na data da morte de Sampaulo, Sávio o homenageou no jornal "A Notícia".
Em 2012, Sávio Moura foi um dos vencedores do Concurso "Tiras de Verão" da Zero Hora e falou sobre o seu trabalho:
"Nas tirinhas, animais – porco, cavalo, coruja e galo, cada
um com sua personalidade – e humanos transbordam humor sutil e campeiro. O
sogro de Sávio é um dos protagonistas:
– Quase toda família tem um Chiru Velho: é o vovô
carismático, apesar da cara de brabo.
O inimigo de Chiru é o porco. Ele encarna o estereótipo do
gaúcho grosseiro, que Sávio não quis atribuir aos personagens humanos.
Ironicamente, o bichano é o preferido da criançada nas oficinas que o
cartunista faz em escolas da região. As tiras da série são coloridas pelas
filhas de Sávio. Já renderam três coletâneas de lançadas pela editora Cassol. O
título É Dura a Vida no Campo é inspirado no chargista Sampaulo.
– A mãe do Sampaulo é de São Luiz. Eu tinha 20 e poucos anos
quando ele me contou que queria reunir todos os seus cartuns de bicho num livro
intitulado É Dura a Vida no Campo, Dizia uma Vaca Rabona com uma Mutuca nas
Ancas. Só que ele faleceu, e o livro nunca saiu."
Agora, com a palavra, o cartunista:
"Minha carreira de cartunista
começou em 1994, no jornal A Notícia de São Luiz Gonzaga. De cara comecei a
estudar o trabalho do SamPaulo na Zero Hora, para aprender tudo sobre charges. Como
o SamPaulo fazia os balões, as letras, até como ele usava o plural, coisa que
rende discussão até hoje. Enfim, SamPaulo foi meu mestre à distância.
Três
meses depois, na Feira do Livro de São Luiz Gonzaga, adivinhem quem era a
atração principal? O SamPaulo, que tinha laços familiares em São Luiz Gonzaga.
Sua família materna é daqui, onde ele visitava seguidamente seu tio, José
Gomes. Apesar de ele vir seguido à nossa cidade, eu ainda não o conhecia
pessoalmente.
Passamos
muitas tardes conversando, em meio às Feiras do Livro. Fiquei sabendo da rotina
dele nos grandes jornais, como ele produzia as charges e os cartuns de bichos para
o caderno Campo e Lavoura.
Seu
desenho era simples, bonito, sem “frescuras” de acabamento nem técnicas que na
maioria das vezes só atrapalham o leitor. E seu humor era puro, de fácil
entendimento. Era um clássico. Eu o via fazendo desenhos diretos com a caneta
no papel e ficava admirado. Ele era muito seguro do seu trabalho e eu queria ser
assim também.
As
observações do SamPaulo tiveram um efeito extraordinário na minha carreira de
cartunista. Afinal, receber comentários, conselhos e incentivos do maior dos
cartunistas é tudo o que um jovem aspirante a desenhista mais precisa.
Tenho
vários livros autografados, todos muito bacanas, mas no último ele escreveu
assim:'Para o Sávio Moura, com o abraço do admirador, SamPaulo'. Eu disse: 'Mas,
SamPaulo, está invertido isso, eu é que sou teu admirador'. Ele me respondeu:
'Não, tá certo assim'. A partir daquele momento faço tudo para provar que ele
tinha razão."
Pois, parece que já está mais do que provado que ele tinha razão: o Chiru Velho e toda a turma do "É Dura A Vida No
Campo", nos traços do Sávio Moura, estrearam hoje no Correio do Povo de Porto Alegre, onde também estiveram por muito tempo SamPaulo e o Sofrenildo!
Parabéns, Sávio! Parabéns São Luiz Gonzaga!