sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Charge censurada!

Em 1998, Olívio Dutra, o "Galo Missioneiro" do PT, venceu as eleições para governador do Estado do Rio Grande do Sul.
Mas, como diz a manchete de Zero Hora do dia 7 de outubro, os institutos de pesquisa erraram, "não captaram os ritmos de crescimento" da candidatura da Frente Popular, no segundo turno apoiada pela Frente Trabalhista do PDT.
A charge, que deveria ter sido publicada no dia 6, foi censurada.
O cartunista, já muito doente e sem voz (o câncer roubou-lhe as cordas vocais), foi até o jornal e exigiu a sua publicação. 
Neste dia, foram publicadas duas charges. GRANDE SamPaulo! 
Sobre este tema, o jornalista Fernando Albrecht (amigo de SamPaulo), publicou hoje em sua coluna no Jornal do Comércio:
"Atletas Eleitorais
 Volta e meia surge a ideia de proibir pesquisas eleitorais, o que já acontece de forma eleitoral em algumas cidades onde o juiz eleitoral assim o determina. Influencia o eleitor, dizem. A história do voto útil. A verdade é que hoje em dia proibir divulgação de pesquisas seria impossível. Nada, nenhum diploma legal segura as redes sociais. Se não sair de um jeito sai de outro.
   Só saberíamos cientificamente se uma pesquisa influencia ou não o eleitor, e em que proporção, caso tivéssemos duas eleições paralelas.
   Mesmo sem a web já se dava um jeito. Numa eleição dos anos 80, acho que 1986, o TRE proibiu a divulgação de um trabalho do Ibope ou Gallup, não lembro qual. Eu fazia o Informe Especial da ZH e o editor Lauro Schirmer me pediu que eu criasse uma maneira de dar a posição dos quatro candidatos (acho que foi o Ibope quem fez o trabalho para o jornal) que fosse entendida pelo leitor mais esperto, pelo menos.
  Então eu dei uma nota dizendo que quatro candidatos (eu não disse a que) tinham participado de uma corrida de obstáculos, que um tinha feito o percurso em xis segundos, o segundo com pouco menos segundos e assim por diante. Claro que a mensagem foi captada, o que levou o TRE a dar um recado: desta vez passa, mas na próxima...
 Não teve próxima. A eleição foi uma semana depois e os “tempos” dos candidatos praticamente coincidiam com o número de votos dos atletas eleitorais."

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