O falecido chargista Sampaulo freqüentava, entre outros
tantos bares e butecos, um bar na rua Fernando Machado. Era pequeno, cheio de
jornalistas e histórias. A empada era muito boa, mas pequena, diminuta como
caráter de mafioso. Ocorre que o proprietário do estabelecimento era
mão-de-vaca e estendia este conceito para as comidas e bebidas da casa. Mais
ainda, fazia questão de dizer com orgulho que suas empadas, muito raramente,
tinham azeitonas. Sampaulo chegou, sentou-se na mesa do Juvenal, pediu a sua
eterna cuba-libre e quatro empadas. Na primeira dentada, descobriu uma azeitona
e fez ar de júbilo como se tivesse se achado uma pepita de ouro. - Sorte tua -
resmungou o Juvenal. As ordens na cozinha são de uma a cada 10 ou 12 empadas. O
chargista então começou a comer a segunda empada. Outra azeitona. - Sorte, de
novo. Na terceira, de novo o Sampa se deparou com o verde fruto. Aí o Juvenal
fez cara feia em direção à cozinha. - Muita sorte. Tu é sortudo, Sampaulo. Mas não
vai se repetir. A essa altura, todas as rodas do bar estavam de olho na mesa,
um suspense como se fosse uma rodada de pôquer em filme de caubói. Sampa abriu
a quarta empada e bingo!, outra. Juvenal nem discutiu. Levantou da mesa e foi
dar uma porrada na cozinheira.
"...as ordens para aa cozinha são de uma azeitona a
cada 10 empadas"
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